Escrituras do Hinduísmo

"Tesouros da humanidade!" - dizemos.

Ao lado voce tem links para textos clássico informativos sobre o Sanatana Dharma ou o hinduísmo, como é mais conhecido no ocidente.

Isso é só o começo, traremos mais informações assim que disponíveis.


 

Os videntes, absortos na contemplação

O tempo, a lei, o acaso, a matéria, a energia primordial, a inteligência - nenhum desses, nem uma combinação deles, pode ser a causa final do Universo, pois eles também são efeitos, e existem para servir a alma. Nem pode o Eu individual ser a causa, pois, estando sujeito à lei da felicidade e da miséria, não é
livre.

Os videntes, absortos na contemplação, viram dentro de si próprios a realidade final, o ser auto-luminoso, o único Deus, que mora como o poder autoconsciente em todas as criaturas. Ele é Um sem segundo. Ele habita o interior de todos os seres, oculto da vista pelos invólucros das gunas sattwa, rajas e tamas.

Ele reina sobre o tempo, o espaço e sobre todas as causas aparentes.
Este vasto Universo é uma roda. Sobre ela estão todas as criaturas que estão sujeitas ao nascimento, à morte e ao renascimento. Ela gira continuamente e nunca pára. Ela é a roda de Brahman.

Enquanto o Eu individual pensa que é separado de Brahman, ele dá voltas sobre a roda ligado às leis do nascimento, da morte e do renascimento. Porém, quando, através da graça de Brahman, percebe sua identidade com ele, não gira mais sobre a roda. Ele alcança a imortalidade.

SWETASVATARA UPANISHAD

Este Universo, antes de ser criado, existia como Brahman.

Este Universo, antes de ser criado, existia como Brahman. "Eu sou Brahman": assim Brahman se conhecia. Ao se conhecer, ele se tornou o Eu de todos os seres. Entre os deuses, aquele que acordou para o conhecimento do Eu tornou-se Brahman; e o mesmo foi verdadeiro entre os videntes.

O vidente Vamadeva, ao perceber Brahman, soube que ele próprio era o Eu da humanidade, assim como o do Sol. Conseqüentemente, agora, também, seja quem for que perceba Brahman sabe que ele próprio é o Eu dentro de todas as criaturas. Mesmo os deuses não podem fazer mal a esse homem, pois ele se tornou o seu Eu mais profundo.

Ora, se um homem venera Brahman pensando que Brahman é um e ele é outro, não possui o verdadeiro conhecimento.
Este Universo, antes de ser criado, existia como Brahman. Brahman criou a partir de si mesmo sacerdotes, guerreiros, mercadores e servos, tanto entre os deuses como entre os homens.

Ele criou então a Lei mais perfeita. Não existe nada mais elevado do que a Lei. A Lei é a verdade.
Assim sendo, diz-se que se um homem fala a verdade ele declara a Lei e, se declara a Lei, ele fala a verdade. A Lei e a verdade são uma só.

Contudo, se um homem deixa esta vida sem conhecer o reinado do Eu, devido a essa ignorância, ele não aproveita a bem-aventurança da liberação. Ele morre sem atingir sua meta. Não, mesmo que um homem ignorante do reinado do Eu realizasse ações virtuosas na terra, não chegaria à vida eterna através delas; pois os efeitos das suas ações finalmente se esgotariam.

Ele deve, portanto, conhecer o reinado do Eu, e apenas isso. A virtude daquele que medita sobre o reinado do Eu nunca se exaure: pois o Eu é a fonte de onde brota toda virtude.

O Eu, a partir do qual o Sol se levanta, e dentro do qual ele se põe - apenas ele é a meta dos sábios.

A glória de ser!

4. Glorificação da Auto-Realização

Janaka disse:

4,1
Certamente, quem conhece o Ser,
embora jogue o jogo da vida,
é muito diferente do mundo das
bestas perplexas, sobrecarregadas.

4,2
Verdadeiramente, o yogi não sente exaltação,
apesar de permanecer no estado exaltado,
ansiado por Indra e todos os deuses descontentes.

4,3
Certamente, quem realizou isto,
não é tocado pela virtude ou vício,
assim como o espaço não é tocado pela fumaça,
mesmo que assim pareça ser.

4,4
Quem pode impedir a grande alma,
quem conhece o universo como sendo seu próprio Ser,
de viver a vida como ela vem?

4,5
Dos quatro tipos de seres,
da Brahma até uma folha de grama,
só o sábio pode renunciar à aversão e ao desejo.

4,6
Raro é aquele que conhece a si mesmo
como o Uno sem segundo -- o Senhor do Universo.
Ele age como ele sabe e nunca está com medo.

Ashtavakra Gita