Hinduismo & Imortalidade
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o que é Vedanta | |
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17/03/05
Emersono que é Vedanta
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Ao observarmos a história da humanidade constatamos que, nos últimos 100 anos, nosso mundo passou por transformações extraordinárias e experimentou um desenvolvimento sem precedentes em todas as áreas de conhecimento. A Terra passou a ser uma aldeia global, onde nações, povos e raças partilham dos avanços e dos benefícios que ocorreram nesse último século, mas também tem que encontrar soluções aos problemas que agora passaram a ser comuns a toda a humanidade. Tornou-se necessário o reconhecimento de que somos todos irmãos e compreender que somente pela prática do respeito mútuo e do bem estar comum é que conseguiremos conviver de forma harmoniosa e fraterna. As religiões tem sido no passado e no presente a causa de muitos conflitos entre os seres humanos. Os religiosos também tem que se ajustar a essa nova realidade. É necessária uma base filosófica e ética, aceita por todos, que promova a convivência pacífica e fraternal entre todas as crenças religiosas. Nesse momento histórico da humanidade o sistema filosófico Vedanta poderá ser de muita ajuda para a solução dos conflitos religiosos, pois sem interferir com as crenças religiosas individuais, ensina com base na experiência de sábios da antigüidade que existe uma só Realidade, que é chamada por muitos nomes. A Vedanta era praticamente desconhecida da humanidade, até que em 1893 Swami Vivekananda divulgou esses ensinamentos milenares ao participar do Parlamento das Religiões, que se realizou naquele ano em Chicago - USA.
17/03/05
EmersonA palavra Vedanta significa o fim, ou a essência dos
Vedas - as Escrituras Sagradas mais antigas da Índia. Esses
ensinamentos compõem a parte final dos Vedas, chamada de Upanishads.
Essas escrituras sagradas são o registro das experiências espirituais
de muitos sábios da Índia, em sua busca por Deus e pela Realidade
Última. Esses sábios permaneceram anônimos porque as verdades que eles
ensinaram eram mais importantes do que suas personalidades. A Vedanta é
a base religiosa e filosófica de muitas vertentes do Hinduismo e seus
ensinamentos são universais e impessoais. Os princípios básicos da
Vedanta podem ser experimentados e testados por todos os aspirantes
espirituais, sejam eles de quaisquer religiões, filosofias, raças ou
crenças.
A Vedanta ensina que todas as religiões e filosofias conduzem à meta final, à experiência e à realização de Deus. A Vedanta pode ajudar o cristão a ser um cristão melhor, o judeu a ser um judeu melhor, um muçulmano a ser um muçulmano melhor, um hindu a ser um hindu melhor e dessa forma consegue harmonizar todas as crenças e conduz à convivência pacífica de todos os aspirantes espirituais. A Vedanta coloca a realização de Deus e a manifestação de nossa divindade na vida cotidiana. Podemos atingir esse objetivo por meio de métodos chamados Yoga (união com Deus), que canalizam as energias e tendências que todos nós já possuímos. Através da prática espiritual podemos descobrir nosso verdadeiro ser, que não é nosso corpo nem nossa mente. Nosso ser é puro, perfeito e livre, e uno com a própria Divindade. Existem várias Yogas, pelas quais todos os buscadores espirituais, de acordo com a sua própria natureza, podem experimentar e perceber sua divindade interior, ou Deus. Há quatro Yogas principais e o ideal é praticar um equilíbrio harmonioso das mesmas: Bhakti Yoga é para pessoas de natureza predominantemente afetiva. Ensina a desenvolver uma relação de amor e devoção para com Deus, a sublimar as emoções comuns e a transformar em divino
17/03/05
Emerson
o amor humano;
Jnana Yoga é o caminho do filósofo que deseja ir além do universo visível. Ensina o método do discernimento dos valores da vida e a reconhecer a natureza transitória de tudo o que existe no universo. Conduz o aspirante à iluminação espiritual em sua busca da Realidade Última, Eterna e Permanente, que habita o âmago de seu ser; Karma Yoga ensina o segredo da ação de forma que o aspirante espiritual possa, através do serviço voluntário e altruísta, servir os seres humanos como forma de adoração ao Deus que existe no interior de cada um, e a realizar, assim, sua própria natureza divina; Raja Yoga conduz ao domínio da mente e da natureza psíquica do ser humano em sua busca da causa de tudo o que existe. É o método que conduz à prática da concentração e da meditação com o objetivo de se atingir o Samadhi. É a alma de todas as Yogas e também chamada de "o caminho psicológico da união com Deus". Seguindo um ou mais destes métodos sob a direção de um mestre, o aspirante pode perceber a existência da realidade divina como sendo sua própria essência e a de todo o universo. Recomenda-se ao buscador sincero procurar um mestre espiritual qualificado para guiá-lo em sua prática espiritual, pois o caminho que conduz a Deus varia de indivíduo para indivíduo, ajudando-o, assim, a evitar cair nas muitas armadilhas que existem no caminho.
17/03/05
EmersonA Vedanta ensina que nossa real natureza é divina.
Deus é nosso mais íntimo Ser, uma realidade subjacente a tudo o que
existe. A verdade é universal, e a religião é a busca do Ser, a busca
de Deus dentro de nós. A Vedanta não nos pede que abandonemos a razão;
ao contrário, encoraja uma abordagem científica e racional da religião.
Reconhece todas as religiões do mundo como verdadeiras e aceita os
ensinamentos de todos os grandes profetas, mestres e encarnações
divinas.
A ética da Vedanta, que reconhece a unidade espiritual de todos os seres, leva paz e harmonia ao mundo religioso e filosófico e promove a tolerância e a cooperação entre seus seguidores.
28/03/05
EmersonVedanta é uma das filosofias espirituais mais antigas do mundo e uma das mais inclusivas. Baseada nos Vedas, os textos sagrados da Índia, a Vedanta sustenta e mantém os preceitos da unidade da existência, a divindade da alma e a harmonia das religiões. Vedanta é a base filosófica do hinduismo; mas enquanto o hinduísmo inclui aspectos da cultura indiana, Vedanta é universal em sua aplicação e igualmente relevante em todo o país, a toda cultura e a todo antecedente religioso. A palavra “Vedanta” é a combinação de duas palavras: “Veda”, a qual quer dizer “conhecimento”, e “Anta”, que significa “o fim de” ou “a meta de”. Neste contexto, a meta do conhecimento não é intelectual; não se trata do conhecimento limitado que adquirimos mediante a leitura de livros. Conhecimento quer dizer conhecimento de Deus, a existência universal, como também o da nossa própria natureza divina. Então Vedanta é a busca do conhecimento do nosso próprio Ser, a busca do conhecimento dentro de nós. Que queremos dizer quando dizemos Deus? Segundo a Vedanta, Deus é existência infinita, consciência infinita e felicidade infinita. O termo em sânscrito para essa realidade transcendente e impessoal é Brahman, a realidade toda penetrante e ilimitada. Mas até a Vedanta mantém que Deus pode ser pessoal também, assumindo um corpo humano de época em época. Mas até mais importante é que Deus mora em nossos corações como o Ser Divino ou Atman. E dado que Deus é imortal, Atman nunca nasce e nunca morre. Nunca se mancha por nossas caídas, nem é afetado pelos altos e baixos da mente e do corpo; o Atman não é tocado por nossa dor, desespero, enfermidade ou ignorância. Puro, perfeito, livre de limitações; o Atmam, declara a Vedanta, é uno com Brahman. O magnífico templo de Deus existe dentro do coração humano. Também afirma a Vedanta que a meta da vida humana é manifestar e realizar nossa divindade. Não somente isto é possível, é inevitável.
28/03/05
EmersonNossa natureza real é divina; a realização de Deus é
nosso patrimônio. Cedo ou tarde nós manifestaremos nossa divindade.
Nesta mesma vida ou em vida futura, porque a verdade maior de nossa
existência é a divindade de nossa própria natureza.
Finalmente, a Vedanta declara que todas as religiões ensinam as mesmas verdades básicas sobre Deus, o mundo e as relações humanas. Faz milhares de anos que Rig Veda declarou: “A verdade é uma, os sábios a chamam por vários nomes”. As religiões oferecem caminhos distintos para se chegar a Deus, cada um dos quais é válido e verídico. Cada religião oferece um caminho único e insubstituível que conduz à realização de Deus. As mensagens conflitantes que encontramos entre as religiões são o resultado da doutrina e o dogma mais que a realidade que brinda a experiência espiritual. Se bem que existem diferenças entre os preceitos externos das diversas religiões do mundo, há incríveis semelhanças no interno.
28/03/05
EmersonO conceito de maya
O conceito de maya
A Vedanta declara que nossa natureza real é divina: pura, perfeita, eternamente livre. Não necessitamos nos transformar em Brahman, já o somos. Nosso verdadeiro Eu, o Atmam, é uno com Brahman. Mas se nossa natureza é divina, por que somos tão lamentavelmente inconscientes disso? A resposta está no conceito de maya ou ignorância. Maya é o véu que cobre nossa natureza real e a natureza real do mundo que nos rodeia. Maya é fundamentalmente incompreensível: não sabemos porque existe, nem como começou. O que sabemos é que, como qualquer forma de ignorância, deixa de existir quando amanhece o conhecimento; o conhecimento de nossa natureza divina. Brahman é a verdadeira realidade de nossa existência: em Brahman vivemos, em Brahman nos movemos, em Brahman mora nosso ser. “Na verdade tudo isso é Brahman”, declaram os Upanishads, os textos sagrados da filosofia vedanta. O mundo mutável que vemos a nosso redor, se pode comparar às imagens que vemos na tela do cinema: sem a tela imóvel e imutável no fundo, não pode haver filme. Similarmente, o imutável Brahman – cimento da existência – desde o fundo deste mundo impermanente, lhe outorga o sentido de realidade a esta ilusão. Até para nós esta realidade está condicionada, como um espelho torcido pelo tempo, espaço e causa (a lei da causa e efeito). Nossa visão da realidade se vê até mais distorcida pela identificação equivocada: tendemos a nos identificar mais com o corpo, a mente e o ego, que com o Atman, o Divino Ser que mora em nosso interior. Essa percepção errônea produz ignorância e dor em uma seqüência interminável: nos identificando com o corpo e a mente, tememos a enfermidade, a velhice e a morte; nos identificando com o ego, sofremos de ira, ódio e centenas de aflições. Mesmo assim, nada disto afeta o Atman, nossa natureza real.
28/03/05
EmersonMaya pode ser comparada com as nuvens que tapam o
sol, mas a presença das nuvens não impede de vê-lo. Quando as nuvens se
dispersam, tomamos consciência de que o sol esteve ali todo o tempo.
Nossas nuvens - maya que aparece como egotismo, ódio, avareza, luxúria,
ira, ambição – são removidas quando meditamos em nossa natureza real,
quando nos ocupamos de ações inegoístas e quando nos ocupamos e
pensamos consistentemente em uma maneira que manifeste nossa natureza
real: isto é, através da verdade, pureza, contentamento, humildade,
resignação, autocontrole e paciência. Esta purificação mental dispersa
as nuvens de maya e permite emergir nossa natureza divina em todo seu
esplendor.
Shankara, o grande sábio filósofo do século sétimo hindu, usava o exemplo da corda e da serpente para ilustrar o conceito de maya. Caminhava um homem por uma obscura e solitária ruela, quando veio uma serpente; seu coração começou a bater fortemente e seu pulso se acelerou. Mas ao aproximar-se um pouco, pode ver que sua “serpente” não era mais que um pedaço de corda enroscada. Uma vez que se rompe a ilusão, a serpente desaparece para sempre. Similarmente, caminhando pelo obscuro caminho da ignorância, nos vemos como criaturas mortais, rodeados pelo universo de nome e forma, o universo condicionado pelo tempo, espaço e causa. Somos conscientes de nossas limitações, cativeiro e sofrimento. Aproximando-nos para inspecionar mais de perto, vemos que a criatura mortal e o universo todo, são só Brahman. Uma vez que se rompe a ilusão , nossa existência, assim como o universo, desaparecem para sempre. Vemos que Brahman existe em todas as partes e em tudo.
28/03/05
AnônimoLegal !!!
Agradeço os esclarecimentos... muito bom esses textos. Ate mais
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