CASOS DA VIDA MISTICA!

O preso:


       Este é o caso de um preso muito curioso. Era um homem que tinha sido encerrado no calabouço de um povoado. Um postigo com grades dava para o exterior. Todos os dias o preso se assomava ao postigo e começava a rir-se das pessoas que via na praça do povoado. Admirado, o guarda perguntou ao preso:
     -Podes dizer-me do que estás rindo?
E o preso respondeu:
     -Do que estou rindo? De todos esses. Não vês que estão presos atrás destas grades?
      O homem comum, no seu estado de semi-desenvolvimento e escravidão, pode chegar a ser tão estúpido e auto-enganado como esse preso, supondo uma liberdade e uma harmonia das que carece e inclusive podendo subestimar aqueles muito mais evoluídos que ele próprio. 

As opiniÕes dos outros:


      Era uma vez um ancião e um menino que viajavam com um burro. Caminhavam ao lado do jumento quando atravessavam um povoado. Um grupo de meninos se riu deles gritando:
     -Olhem que par de bobos! Eles têm um burro e vão os dois andando. Pelo menos o velho poderia montar nele.
Então o ancião montou-se no burro e ambos seguiram a caminhada. Ao passarem por outro povoado, algumas pessoas se indignaram ao ver o velho sobre o burro e disseram:
     -Parece mentira. O velho comodamente sentado no burro e o pobre menino caminhando.
Velho e menino intercambiaram os seus postos. Ao chegar à seguinte aldeia, as pessoas comentaram:
    -Isto sim que é intolerável! O rapaz sentado no burro e o pobre ancião caminhando ao seu lado.
Postas assim as coisas, o velho e o menino se subiram ao burro. Pouco depois vinha um grupo de camponeses pelo caminho. Estes os viram e disseram:
    -É vergonhoso o que fazem! Vão acabar com o pobre animal.

O velho e o menino tomaram a determinação de carregar o burro sobre os seus ombros, mas então as pessoas se riram deles dizendo-lhes:

    -Nunca vimos umas pessoas tão bobas. Têm um burro e ao invés de montar nele, o carregam nas costas.
De repente o burro se sacudiu com força e caiu num barranco, achando a morte. O velho, subitamente, instruiu o rapaz:
    -Meu querido, se ouves as opiniões dos outros e lhes fazes caso, acabarás mais morto que este burro. Sabes o que eu te digo? Fecha os teus ouvidos à opinião alheia. Que o que os outros dizem te seja indiferente. Ouve apenas a voz do teu coração.

O equÃnime:


Se tens dúvidas acerca do que é a eqüanimidade ouve a história do homem equânime. Era dono de um cavalo, mas certo dia acordou de manhã, foi ao estábulo e comprovou que o cavalo tinha desaparecido. Então vieram os vizinhos a compadecerem-se e a dizer-lhe:
     -Que azar tivestes! Só tinhas um cavalo e ele foi embora.
E o homem disse:
     -Sim, sim, assim é, assim é.
Passaram uns dias e uma manhã o bom homem encontrou na porta da sua casa não apenas o seu cavalo, mas este tinha trazido outro. Vieram os vizinhos e disseram:
    -Que boa sorte a tua! Agora és dono de dois cavalos.
O homem comentou:
    -Sim, sim, assim é.
Ao dispor de dois cavalos agora o homem podia sair a montar a cavalo com o seu filho. Mas um dia, o filho caiu do cavalo e fraturou uma perna. Vieram os vizinhos e disseram:
    - Azar, muito azar. Se não tivesse vindo esse segundo cavalo. ..
O homem disse:
    -Sim, sim, assim é.
Passou uma semana e estalou a guerra. Todos os jovens foram mobilizados, menos o filho ferido ao cair-se do cavalo. E vieram de novo os vizinhos a ver o pai e lhe disseram:
    - Tu sim que tens boa sorte! O teu filho se livrou da guerra.
E o homem comentou:
    -Sim, sim, assim é.
A narração é um exemplo da eqüanimidade e também de como deveríamos aprender a ver os próprios fatos da existência (a roda da vida que gira e gira) desde uma perspetiva justa.

A ATITUDE CORRETA PODE SER SEU MELHOR MESTRE

ELOGIO E CENSURA:


O mestre diz ao discípulo:

     -Vá até o cemitério. Uma vez lá, com toda a força dos teus pulmões, começa a gritar toda classe de lisonjas aos mortos.

O discípulo se dirige ao cemitério. Uma vez lá, começa a dizer toda sorte de elogios aos mortos e depois regressa junto ao mestre.

    -O que é que disseram os mortos?- pergunta o mestre.

    -Não responderam- responde o discípulo.

E o mestre lhe ordena agora:

    -Voltarás ao cemitério e soltarás toda classe de insultos aos mortos.

O discípulo acode de novo ao cemitério e segue as instruções do mestre. Vocifera toda sorte de imprecações contra os mortos e depois se reúne com o mestre.

    -O que é que disseram os mortos?- pergunta por segunda vez o mestre.

    -Não responderam- responde o discípulo.

E o mestre conclui:

    -Assim deves ser tu: indiferente como um morto perante as lisonjas ou os insultos das outras pessoas.

 

SOBRE OS FALSOS MESTRES:


Um homem dirigia bêbedo. Perdeu o controle do automóvel e caiu num poço negro. Vários transeuntes ajudaram-no a sair do lugar e um deles, ao comprovar que se achava completamente ébrio, disse-lhe:

     -Mas, não lestes o importante livro do célebre J. Gupta que fala sobre os efeitos altamente nocivos do álcool?

E o motorista bêbado respondeu:

     -Eu sou esse J. Gupta.

    Assim procede o falso guru, o charlatão, o falso profeta.

O PRAZER E A DOR:


       Um homem levava muitas horas viajando a pé e estava cansado e suado debaixo do sol implacável do dia. Extenuado, deitou-se para descansar debaixo de uma árvore. O chão estava duro e o homem pensou no agradável que seria ter uma cama fofa na que repousar.
         Era aquela uma árvore celestial ( KALPATARU) que tornava os pensamentos realidade, assim que a cama foi concedida ao exausto viajante.           Deitado na agradável cama, pensou agora que seria muito grato para as suas cansadas pernas que uma jovem lhe proporcionasse uma massagem sobre elas, e imediatamente uma jovem estava aliviando a tensão das suas pernas. Bem descansado, o homem sentiu fome e pensou o gratificante que seria poder provar uma comida saborosa.
         Surgiram os alimentos e o viajante comeu até saciar-se. Sentia-se feliz. Tinha repousado, uma bela mulher tinha-lhe proporcionado uma agradável massagem e tinha enchido o seu estômago. De repente assaltou-lhe um pensamento: "E se um tigre me atacasse agora!" o pensamento tornou-se realidade.
         Apareceu um feroz tigre que se lançou sobre ele e o devorou.

         Em todo prazer há uma sombra de dor. Com freqüência a procura frenética do prazer desemboca na dor. Gozo e sofrimento são as duas caras de uma mesma moeda. De alguma maneira a dor está sempre na curva da esquina.
         Se todo o teu tempo o usas em achar prazer, não te prepararás para superar o sofrimento. O sábio se situa além da dor e do prazer. Não procura o prazer, mas o gozo, que é o estabelecimento no seu próprio ser-central. Procura o meio, a harmonia, a eqüanimidade. Eqüanimidade é uniformidade de ânimo frente ao prazer e a dor.
        O sábio desconfia por igual de ambos.

O santo e a prostituta:

       No que pensamos nos tornamos, se pensamos em coisas boas seremos bons! Por isso devemos escolher cuidadosamente no que meditar!!! No que pensar, no que assistir, no que ouvir e na companhia que escolhemos!!!

        Num povoado da Índia vivia numa choça um rigoroso asceta. Diante dele, vivia uma prostituta visitada constantemente por homens. O asceta chamou a prostituta e a repreendeu severamente:

       -Que forma de vida levas, perversa mulher? Estás corrompida e corrompes os outros. Insultas o Divino com o teu comportamento.

A mulher sentiu-se muito triste. Em verdade queria levar outra forma de vida, mas dadas as suas condições era difícil. Assim não pôde recusar ao seu modo de subsistência, mas se lamentava de ter que recorrer à prostituição e dirigia a sua mente ao Divino cada vez que era tomada por um homem. O asceta comprovou que a mulher continuava sendo freqüentada por toda classe de indivíduos. Tomou a medida de colecionar uma pedra por indivíduo que visse entrar na choça da prostituta. Ao cabo de não muito tempo tinha um monte de pedras. Chamou a prostituta e a recriminou:

       -Mulher terrível, vês essas pedras? Cada uma delas representa um pecado.

A mulher sentiu uma grande dor. Desejou profundamente que o Divino a afastasse da sua forma de vida e uns dias depois a morte a levava. Também morreu no mesmo dia o asceta, e eis aqui que a mulher foi levada às regiões mais elevadas e o asceta às regiões mais inferiores. Quando isto compreendeu, o asceta protestou pela injustiça do Divino. Um mensageiro de Vishnu explicou-lhe:

        -Te queixas de ser levado às regiões inferiores apesar de ter decorrido a tua vida em mortificação e ascetismo, e de que a prostituta seja levava às mais altas, mas é que não compreendes que somos o que colhemos?
no que tu pensas tu te transformas.
pensastes dia e noite no pecado, por isso ficastes impuro.
Olha para a terra. Lá está o teu corpo, borrifado de perfumes e flores, honrado por todos, cortejado por músicos e carpideiras para ser incinerado junto ao sagrado rio Ganjes com todas as honras. Em compensação, olha o corpo da prostituta, abandonado aos abutres e urubus, ignorado e desprezado. Mas, em compensação, ela cultivou pureza e elevados ideais para o seu coração, e tu, pelo contrário, de tanto olhar para o pecado o tingiste de impureza. Compreendes, pois, porque cada um vai a uma região tão diferente?
moral:
          Naquilo que pensamos dia e noite nos transformamos.
por isso devemos evitar constante contato com coisas que nos levem para
estados mentais negativos.
         Meditemos nas coisas elevadas e nos elevaremos a altura de um Buda ou de um Cristo.
          Shri Ramakrishna dizia que a mente é que nem um lençol branco que aceita a cor que voce põe nele e depois custa a sair.
         Cuidemos para não por nossa mente em contato com cores que não queremos.
               A mente é nossa joia mais preciosa
                        Nossa maior amiga se a controlamos
                                Maior inimiga se nos deixamos controlar por ela.

Sobre o Fanatismo:

"Só é verdadeiro o que eu acredito" se esta é sua crença leia isto:

      Uma Rã vivia no poço. Era rãzinha insignificante e vivera no poço durante muito tempo; nascera e se criara ali.
     Um dia outra rã que vivia perto do mar passou por ali e caiu no poço:
        A rã do poço perguntou:
    -Donde vens?
        A rã do mar respondeu:
    -Venho do mar.
        A rã do poço indagou:
    - O mar é grande?
        A rã do mar respondeu:
    - O mar é coisa muito grande!
        A rã do poço estirou as pernas e perguntou:
    -Ah! O teu mar é assim de grande?
        A rã do mar respondeu:
    -É muito maior!
        Saltou então a rã do poço de um   para o outro lado do poço e perguntou:
    -Por acaso o mar é tão grande como meu poço?
    -Amiga minha ( respondeu a rã do mar ) como podes comparar o mar com teu poço?
       A rã do poço disse então com arrogância:
    -Não, não pode haver coisa alguma maior que meu poço! Nada pode ser maior que isto. você é uma mentirosa e deve ser expulsa daqui.
      Acontece o mesmo com os fanáticos de mente estreita.
      Sentados nos seus pequenos poços , pensam não ser o mundo inteiro maior que seus poços.
      Não seja você também assim crendo que só tua maneira de ver as coisas é a certa.

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