“OS
PRIMEIROS PASSOS PARA BHAKTI”
Swami Vivekananda
Os filósofos que escreveram sobre o bhakti o definiram como o
mais elevado amor por Deus. Por que deve o homem amar a Deus? Tal é a
pergunta que devemos contestar e até não a termos feito, não
poderemos compreender o tema. Existem dois ideais de vida completamente
diferentes. O homem de qualquer país, adepto de qualquer religião,
sabe que é um corpo e também um espírito. Mas há uma grande
diferença quanto às metas da vida humana.
Nos países ocidentais, em geral, as pessoas dão mais valor ao
aspecto corpóreo do homem; aqueles filósofos que escreveram sobre o
bhakti, na Índia, concederam maior importância à face espiritual do
ser humano. Esta diferença entre o oriente e o ocidente, parece típica
e se manifesta até na linguagem comum. Na Inglaterra, ao referir-se a
morte, se diz: “que o homem entregou seu espírito a Deus”; na
Índia, “Abandonou seu corpo”. A concepção, no primeiro caso, é
de que o homem é um corpo e possui uma alma; no outro,
que o homem é uma alma e possui um corpo. Destas
diferenças, surgem problemas mais intrincados.
Como é lógico, quem sustenta que o homem é um corpo e possui
um espírito, dá maior importância ao corpo e, se lhes perguntar para
que vive o homem, responderão que é para gozar de seus sentidos, de
suas posições e riquezas. Não podem sonhar com algo mais além,
embora lhes falem disso; e só concebem a vida futura como prolongamento
de tais gozos. Lamentam que seus prazeres não possam perdurar na terra,
porém têm que partir e pensam que de uma ou outra maneira, irão a um
lugar onde se renovarão seus prazeres. Desfrutarão dos mesmos gozos,
terão os mesmos sentidos, porém mais avivados e intensificados.
Desejam adorar a Deus porque Ele é o meio para alcançar este fim. A
meta de sua vida é gozar dos objetos dos sentidos; chegar a saber que
existe um Ser que pode proporcionar-lhes um longo período de tais gozos
e por isso adoram a Deus.
Diferindo do que o antecede, afirma o conceito hindu: Deus é a
meta da vida e nada existe além Dele. Os prazeres sensuais são,
simplesmente, um estado intermediário pelo qual passamos, confiando em
alcançar algo melhor. Não só isso, senão que seria desastroso e
terrível que o homem não tivesse mais do que os prazeres dos sentidos.
A cada dia observamos que quanto menos se goza dos prazeres sensuais,
tanto mais elevada é a vida do homem. Olhe um cachorro comendo. Nenhum
homem comeu, jamais, com a mesma satisfação. Observa o porco que
grunhe de prazer, enquanto engole seu alimento; sente-se no paraíso e
se o maior arcanjo viesse contempla-lo, o porco nem sequer repararia em
sua presença; toda sua existência concentra-se na comida. Não nasceu
um ser humano capaz de alimentar-se com tal empenho. Pense na refinada
audição dos animais inferiores, no potencial de sua visão; todos os
sentidos estão muito desenvolvidos. Seu gozo sensual é
extraordinário; enlouquecem de deleite e prazer. E quanto mais inferior
é o homem, mais deleite experimenta com os sentidos. A medida em que se
eleva, a razão e o amor se convertem em sua meta. Proporcionalmente ao
desenvolvimento de tais faculdades, perde o poder de gozar dos sentidos.
Para dar um exemplo: se supusermos que o homem recebe certa
quantidade de energia que pode empregar no corpo, na mente e no
espírito, quanto mais energia utiliza em um desses, tanto menos ficará
para os demais. As raças ignorantes ou selvagens possuem faculdades
sensórias muito mais potentes que as raças civilizadas e esta é, na
realidade, uma das lições que aprendemos da história; a medida em que
uma nação vai civilizando-se, o sistema nervoso de seus habitantes
refina-se e eles debilitam-se fisicamente.
Ao civilizar-se uma raça selvagem, observa-se o mesmo; chega
outra raça bárbara e conquista a primeira. Quase sempre é a raça
bárbara a vencedora. Notamos, então, que se só desejarmos gozar
constantemente dos sentidos, nos degradamos até chegar ao estado
primitivo. Não sabe o que pede, quem diz que deseja ir a um lugar onde
se intensifiquem seus prazeres sensuais; isso só se pode alcançar
descendo ao estado selvagem.
Do mesmo modo, quem deseja um paraíso de gozos sensuais, são
como porcos que chafurdam no lodaçal dos sentidos, incapazes de
perceber nada mais além. Esse prazer dos sentidos é o único que
desejam e sua perda representa, para eles, a perda do paraíso. Nunca
podem ser bhaktas, no mais puro sentido da palavra; jamais chegarão a
ser verdadeiros amantes de Deus. Contudo, embora conservem tão baixo
ideal durante certo tempo, irão modificando gradualmente, na medida em
que descobrem a existência de algo que antes não conheciam e dessa
maneira, desaparecerá paulatinamente esse apego à vida e aos objetos
dos sentidos.
Quando eu era um pequeno estudante, briguei com um condiscípulo
por umas guloseimas e como ele era mais forte, tirou-as de mim. Lembro a
sensação que experimentei; pensei que este menino era o mais perverso
que havia nascido e que se eu fosse mais forte, o castigaria; para mim
não existia, naquele momento, castigo suficiente para sua maldade. Nós
dois somos, agora, homens e amigos íntimos. O mundo está cheio de
meninos para os quais a comida, a bebida e os bolinhos constituem tudo
para eles. Sonham com isso e sua concepção de vida futura, é um lugar
onde abundam tais guloseimas.
Pense no índio americano que crê que sua vida futura se
desenvolverá em um excelente campo de caça. Cada um de nós imagina o
céu tal como desejaria que fosse, mas com o correr do tempo e a medida
em que crescemos e vamos conhecendo as coisas mais elevadas, captamos
visões superiores do mais além.
Mas não recunciemos a nossa concepção de vida futura, tal como
se costuma fazer na atualidade: não crendo em coisa alguma. Isso é a
destruição. O agnóstico, que tudo destrói desse modo, está
equivocado, o bhakta vê mais além. Aquele não deseja ir ao céu
porque carece dele; no entanto o bhakti não deseja, porque considera
que é jogo de crianças. Deseja a Deus. Que fim pode ser mais elevado
que Deus? Deus é a meta mais elevada do homem; vê-lo, gozar Dele. Nada
superior podemos conceber, porque Deus é a perfeição. Não podemos
imaginar um prazer mais elevado que o do amor, mas o vocábulo
“amor” possui distintas acepções. Não significa o comum amor
egoísta mundano; é uma blasfêmia denominar isso o amor.
É meramente animal o amor para nossos filhos e para nossa
esposa; só merece chamar de amor desinteressado o totalmente inegoísta,
ou seja, o que experimentamos para com Deus. É muito difícil
alcança-lo. Passamos por diferentes tipos de amores: o amor aos filhos,
ao pai, a mãe, etc. Pouco à pouco vamos exercendo a faculdade de amar;
mas na maioria dos casos, nada nos ensina; ficamos escravizados, detidos
em nosso avanço, ligados a uma pessoa; poucas vezes consegue alguém
livrar-se dessas cadeias.
Os homens andam em posse das mulheres, das riquezas e da fama e
quando recebem golpes muito duros, descobrem o que o mundo é, na
realidade. Ninguém no mundo pode amar verdadeiramente, se não for a
Deus. O homem percebe que todo amor humano é oco; não pode amar,
embora fale disso. A mulher diz que ama seu marido e o beija; mas assim
que ele morre, a primeira coisa que pensa é na conta do banco e no que
fará no dia seguinte. O marido ama sua mulher, mas quando está enferma
e perde sua beleza, quando fica macilenta ou comete um erro, já não se
preocupa com ela. Todo o amor mundano é hipocrisia e vacuidade.
Um sujeito finito não pode amar e um objeto finito não pode ser
amado. Quando o objeto do nosso amor morre continuamente e nossa mente,
enquanto vamos crescendo, também evolui constantemente, que amor eterno
pretendemos achar neste mundo? Não pode existir nenhum amor real,
senão em Deus; então para que todos os demais amores? Somente são
meras etapas. Nesses afetos humanos esconde-se uma força que nos
impulsiona para diante e embora ignoremos onde achar o que
verdadeiramente amamos, prosseguimos buscando. Constantemente
descobrimos nosso erro. Fazemos algo e notamos que nos escapa por entre
os dedos, então tomamos alguma outra coisa. Assim, prosseguimos nosso
caminho até que, por fim, chega a luz; nos aproximamos de Deus, o
Único que ama. Seu amor é imutável e sempre está disposto a nos
acolher. Até onde suportaria qualquer de vós que eu insultasse?
Aquele, em cuja mente não existe o rancor, o ódio, nem a inveja, que
nunca se altera, nem morre, nem nasce, quem, senão Deus?
Mas o caminho é longo e difícil e muito poucos chegam até
Deus. Somos criaturas que lutam. Milhões de pessoas comerciam com a
religião. Cada século nos apresenta uns poucos seres que alcançam
esse amor para Deus; quando aparece um deles, todo o país se santifica.
É certo que são pouquíssimos, mas todos devem esforçar-se por
alcançar este amor divino. Quem sabe se vós ou eu seremos os próximos
a alcança-lo? Lutemos por esse objetivo.
Dizemos que uma mulher ama a seu marido. Ela pensa que toda sua
alma se concentra nele; chega um filho e a metade desse amor, ou mais,
passa à criança; sente, então, que já não ama a seu marido do mesmo
modo. Semelhante coisa acontece com o pai. Sempre observamos que quando
chegamos a nossos objetivos de amor mais intenso, o amor anterior
desaparece lentamente.
Crêem os estudantes que adoram a seus condiscípulos ou a seus
pais; mas quando crescem e se casam, desvanece-se aquele carinho e só
existe o novo amor. Primeiro surge uma estrela, logo outra maior e
depois uma maior até; por fim, sai o sol e desvanecem as demais luzes.
Esse sol é Deus. As estrelas são os amores menores. Quando esse sol o
ilumina, o homem enlouquece e segundo as palavras de Emerson “está
bêbado (ébrio?) de Deus”; transforma-se em Deus e esse oceano de
amor inunda tudo. O amor comum é só atração animal. Do contrário,
por que existe distinção entre os sexos? Se não se ajoelha ante uma
imagem, trata-se de uma temível idolatria, mas em troca, é tolerável
que se ponha de joelhos ante seu marido ou sua mulher!
O mundo nos apresenta múltiplas etapas de amor. Primeiro, temos
que esclarecer o motivo; toda a teoria do amor se baseará em nossa
concepção da vida. Brutal, próprio de seres degenerados, é
considerar este mundo como objeto e fim da vida. O homem que começa a
viver com tal idéia, degenera. Nunca se elevará, nem terá uma visão
de fundo, sempre será um escravo dos sentidos. Lutará pelo dólar que
lhe proporcionará uns bolinhos para comer. É melhor morrer, que viver
esta vida. Escravos deste mundo, escravos dos sentidos, despertemo-nos;
existe algo superior a esta vida sensória. Acreditas que o homem, o
Espírito Infinito, nasceu para ser escravo de seus olhos, seu nariz,
suas orelhas? Existe um Espírito Infinito e Onisciente, latente, que
pode fazer tudo, romper todos os laços e esse Espírito é nós;
conseguimos essa energia mediante o amor. Esse é o ideal que devemos
recordar. Supostamente, não podemos alcançar em um dia. Podemos nos
iludir que o possuímos, mas é só uma fantasia; o caminho é muito,
mas muito longo.
Devemos aceitar o homem onde estiver e tal como seja e ajuda-lo a
ascender. Atualmente permanece ancorado no materialismo; vós e eu somos
materialistas. Falamos, isso é certo, sobre Deus e o Espírito, coisa
boa, sem dúvida alguma; mas o fazemos porque está em moda em nossa
sociedade; só repetimos o que temos aprendido, como papagaios.
Devemos, por conseguinte, nos confessar materialistas, aceitar a
ajuda da matéria e continuar lentamente, até nos convertermos em
verdadeiros espiritualistas, até sentirmos o espírito, até
compreender o espírito e descobrir que o mundo, o qual chamamos
infinito, só é a forma externa e grosseira do mundo que se acha por
detrás.
Mas se necessita de algo mais. Afirma o Sermão da Montanha:
“Pedi e se os dará; buscai e encontrareis; bate a porta e se
abrirá”. A dificuldade está em saber quem busca e quem necessita.
Todos dizemos que conhecemos a Deus. Um escreve um livro para impugnar a
Deus; outro, para demonstrar sua existência. Um, pensa que é seu dever
demonstrar, durante toda a vida, a existência de Deus; outro, a nega-lo
e ensina aos homens que não existe Deus. Que objetivo tem escrever um
livro para demonstrar ou negar a existência de Deus? Que interessa à
maioria das pessoas que exista ou não um Deus? Quase todos os homens
trabalham mecanicamente, sem pensar em Deus e sem sentir necessidade
Dele. Porém, certo dia chega a morte e lhe diz: “Vem”. O homem
responde: “Espera um momento, necessito de um pouco mais de tempo.
Quero ver como cresce meu filho”. Mas a morte insiste: “Vem logo”.
E acontece. Assim morre o pobre João. Que diremos ao pobre João? Nunca
encontrou nada em Deus que fosse mais elevado. Talvez tivesse sido um
porco, no passado e seja muito melhor como homem.
Mas há alguns que despertam um pouco. Acontece uma desgraça,
morre alguém a quem queremos muito, ou fracassamos em alguma coisa a
qual nos dedicávamos com toda nossa alma e por cuja execução tenhamos
enganado a todo mundo, inclusive a nosso próprio irmão; o golpe nos
aflige e, possivelmente então, ouvimos dentro de nossa alma, uma voz
perguntando: “E depois disso?”. Ás vezes a morte chega de um golpe,
mas são poucos os casos em que isso acontece. A maioria de nós, quando
algo nos escapa por entre os dedos, dizemos: “E depois?”. Como nos
apegamos aos sentidos! Diz-se que quem está a ponto de afogar-se,
aferra-se a uma fibra de palha; o mesmo faz a maioria das pessoas, e
quando a fibra de palha afunda, diz que se deve ajudar. Mas tudo é
inútil; “há que gozar e divertir-se” antes de pensar em coisas
mais elevadas.
Bhakti é uma religião. A religião não foi feita para a
maioria, nem seria possível ser assim. A essa maioria pode ser
conveniente uma espécie de ginástica para os joelhos, consiste em
genuflexões, mas a religião é para uns poucos. Em todo o país
existem só umas poucas centenas de indivíduos que podem ser e serão
religiosos. Os demais não podem ser, porque não despertam, nem querem
ser despertados. O principal é necessitar de Deus. Nós
necessitamos de tudo, exceto de Deus, porque o mundo externo satisfaz
nossas demandas ordinárias; só quando nossas necessidades transcendem
o mundo externo, recorremos ao mundo interno, a Deus.
Enquanto nossas necessidades estiveram limitadas por este
universo físico, não podemos necessitar de Deus; só quando tivermos
saciado com tudo que é terreno, buscamos algo mais. Só quando a
necessidade se apresentar, chegará a demanda. Pareis o quanto
antes com este infantil jogo do mundo; sentireis, então, que
necessitais de algo superior. Esse será o primeiro passo para a
religião.
Também em questões religiosas, existem modas. Minha amiga tem
uma sala repleta de móveis, mas como a moda exige que possua também um
jarro japonês, o adquire, embora não precise dele e embora custe mil
dólares. Da mesma maneira terá uma pequena religião e assistirá a
uma missa na igreja. Bhakti não é para essa espécie de pessoas. Isso
não é “necessidade”. Necessidade significa o que nos é
imprescindível. Necessitamos
respirar, nos alimentar, nos vestir; sem isso, não podemos viver.
Quando o homem ama a uma mulher, há momentos em que sente que sem ela
não pode viver, embora isso seja um erro. Quando morre o marido, a
mulher pensa que não pode viver sem ele; mas continua vivendo.
Necessitamos, realmente, daquele sem o qual não podemos existir;
devemos alcança-lo ou morremos. Quando chega o instante em que assim
necessitamos de Deus, ou dito de outro modo, quando desejamos algo mais
além deste mundo, algo que está acima das forças materiais, então
podemos nos converter em bhaktas. Que são nossas pequenas vidas quando,
por um momento, se afasta a nuvem e captamos a visão do mais além e
durante este momento, todos os desejos inferiores parecem uma gota em um
oceano? Então a alma se engrandece, sente a necessidade de Deus e se
obstina em querer alcança-lo.
O primeiro passo é, de quê necessitamos? Nos formulemos
diariamente essa pergunta: Necessitamos de Deus? De nada serve ler
livros e mais livros; esse amor não se alcança mediante a leitura, nem
exercitando o intelecto, nem pelo estudo de diversas ciências.
Quem deseja a Deus, obterá o amor, porque Deus se entregará. O
amor é sempre mútuo e se reflete. Vós podeis odiar-me e se quer
ama-los, me rechaçareis. Porém, se insisto, depois de um mês ou um
ano, os vereis obrigados a querer-me. É um fenômeno psicológico bem
conhecido. Com o mesmo amor que a mulher enamorada pensa em seu defunto
marido, devemos desejar a Deus e então o encontraremos; nada pode nos
ensinar os livros, nem as ciências. Lendo livros, nos convertemos em
papagaios; não se chega a nada lendo livros. Se um homem lê uma só
palavra de amor, é indubitável que chegue a erudito. Por isso
necessitamos, antes de tudo, sentir tal desejo.
Perguntemo-nos diariamente: necessitamos de Deus? Quando
começarmos a falar de religião e especialmente quando nos colocarmos
em uma posição mais elevada e começarmos a ensinar os demais, devemos
fazer a mesma pergunta. Muitas vezes descubro que não necessito de
Deus, que me faz mais falta o pão. Posso enlouquecer, se não consigo
um pedaço de pão; muitas damas enlouqueceriam se não conseguissem um
prendedor de diamantes, mas não sentem o mesmo desejo por Deus; não
conhecem a única Realidade que existe no universo.
Temos um provérbio em nosso idioma: “Se quero ser caçador,
caçarei um rinoceronte; se quero ser ladrão, roubarei o tesouro do
rei”. De que serve roubar os mendigos e caçar formigas? De maneira
que se quereis amar, ama a Deus. Que importa o mundano? Este mundo é
completamente falso; todos os grandes mestres o descobriram; não existe
maneira de livrar-se, senão mediante Deus. Ele é a meta de nossa vida;
todas as concepções de que o mundo é o fim da vida, são perniciosas.
Este mundo e este corpo possuem seu próprio valor, um valor
secundário, como meio para alcançar um fim, mas o mundo não deve ter
um fim. Desgraçadamente, com demasiada freqüência fazemos do mundo o
fim e de Deus, o meio para alcança-lo. Encontramos as pessoas que
assistem a missa na igreja e dizem: “Deus, concede-me tal e tal coisa;
Deus, cura minha doença”. Desejam corpos formosos e sadios e como
observam que alguém o consegue, rezam a Deus.
Mais vale ser ateu, que possuir tal conceito de religião. Como
tenho lhes dito, o bhakti é o ideal mais elevado; não sei se
chegaremos a alcança-lo dentro de milhões de anos, mas devemos
considera-lo como nosso ideal supremo, fazer com que nossos sentidos
aspirem o mais elevado. Se não alcançamos a meta, pelo menos nos
aproximamos dela. Devemos ir deixando para trás, pouco a pouco, o mundo
e os sentidos, para alcançar a Deus.
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